Espaço Marombeiros

Nossa Primeira História...

fotos: Mário LeiteAté ficar grávida, aos 20 anos, a professora Edna Zaratini da Silva nunca havia esquentado a cabeça com o peso. Estava sempre com o corpo em dia. Foi após a amamentação que ela sentiu os primeiros sinais da gordurinha excedente. “Passei de 58 kg para 75 kg. Então, resolvi procurar um endocrinologista. Tomei a fórmula que ele me receitou e caí para 70 kg. Mas assim que parei fui para os 80 kg em um piscar de olhos”, relembra. Entre idas e vindas ao consultório do médico por quase sete anos, milhares de cápsulas foram consumidas e nada de uma perda de peso efetiva.
Em 2002, a professora fez sua última fórmula e, segundo ela, a pior de todas. Os efeitos foram tão devastadores que a moça – uma pessoa tão calma – ficava irritada sem nenhum motivo aparente e tinha perdas de memória. “Um dia a diretora da escola onde trabalhava me chamou para perguntar o que estava havendo comigo porque ela não entendia aquele meu comportamento tão agressivo. Na época, dava aula para crianças pequenas e fui contratada justamente por ser paciente e dedicada”, lembra. “Quando contei ao meu marido o ocorrido, ele jogou fora todos os comprimidos do frasco no vaso sanitário”.
Edna passou então a se conformar com o sobrepeso e o justificava com a desculpa de que o destino queria assim. Com isso, chegou aos 104 kg. A moça conta que nem ela nem o marido tinham a devida noção do seu tamanho. Só agora, olhando as fotos antigas, é que eles percebem a grande diferença. “Claro que hoje ele nota que estou mais bonita e segura. Porém, quando se ama realmente, o sentimento não muda, estando você gorda ou magra. Talvez, quem sabe, um toque dele na época me fizesse cair na real”, analisa.
Deixe para amanhã
Completamente desiludida, a moça não via mais saída para o seu problema. Até que, no ano passado, reencontrou uma amiga que havia eliminado vários quilos com a ajuda de um grupo de emagrecimento. De início, Edna ficou interessada. Entretanto, logo mudou de idéia ao lembrar-se que já havia jogado muito dinheiro pela janela em busca de um corpo saudável. “Inventava todas as desculpas do mundo. Mas, minha colega foi persistente e me disse que o gasto com o Meta Real eu tiraria na cantina do colégio, pois não precisaria mais consumir tantas besteiras como vinha fazendo.”
"Quando você está gorda acredita que pode comer tudo sem se preocupar, como se fosse magra. Porém, os ponteiros da balança não estacionam"
Mesmo sem esperanças, a professora resolveu conhecer o grupo e pensava que seria apenas mais uma tentativa. No entanto, a identificação foi imediata. “Parecia que a palestrante falava diretamente para mim. Eu me encaixava completamente na sua descrição de alguém que estava fazendo tudo errado”, admite.
Como a vida deve ser
Edna ficou surpresa com o programa de alimentação sugerido pelos coordenadores, pois não era nada absurdo de ser seguido e tinha em casa todos os alimentos solicitados. Além da facilidade, outra coisa inesperada foi a quantidade de comida que ela podia consumir em uma refeição. “Preparei meu prato e quando meu marido viu, riu de mim, dizendo que seria impossível perder peso comendo tudo aquilo e que mais uma vez tínhamos jogado dinheiro fora”, lembra Edna, com um sorriso maroto.
Para a felicidade dela, ele estava errado e ela emagreceu gradativamente comendo “tudo aquilo”. A professora conta que não sentia fome entre as refeições e isso a ajudava a ficar longe das tentações (com a cantina da escola tão próxima não deve ter sido fácil para a nossa guerreira). Nos primeiros sete dias a moça enxugou 2,5 kg. Nas outras semanas, manteve a média de perda de 2 kg. Em menos de um ano tinha eliminado 45 kg e alcançado os inimagináveis 59 kg.
fotos: Mário LeiteO sol voltou a brilhar
Estimulada, a professora abandonou o sedentarismo. “Antigamente não saía do sofá nem para pegar água. Quando precisava de alguma coisa do andar de cima da casa (ela mora em um sobrado), pedia ao meu marido ou meu filho para buscar.” Desde o processo de emagrecimento, caminha uma hora diariamente e abandonou o carro de vez. Outra vitória que ela enumera dessa sua nova fase é o poder de decisão. Antes, a moça entrava em uma loja e levava a roupa na modelagem e cor que coubessem. Hoje, ela compra qualquer peça de “gente normal”– como diz. “Agora, tenho poder de escolha. As pessoas não sabem o quanto isso é importante”, emociona-se.


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